Entre os alvos estavam Lula, Alckmin e Moraes; investigação aponta participação de militares como Mário Fernandes, Vladimir Soares e oficiais do Exército

Por Cláudio Ulhoa

A Polícia Federal prendeu cinco pessoas acusadas de planejar um golpe de Estado e a morte de importantes autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A operação, realizada nesta semana, trouxe à tona detalhes de uma trama que teria sido articulada logo após as eleições de 2022.

Entre os presos estão militares de alta patente, como generais e majores do Exército, além de um policial federal que integrou a equipe de segurança de Lula durante a transição de governo. Segundo o relatório de mais de 200 páginas enviado ao ministro Alexandre de Moraes, os suspeitos faziam parte de um grupo especializado em operações sigilosas e chegaram a nomear o plano como “Punhal Verde e Amarelo”. A ação incluía o uso de armamentos pesados, explosivos e até estratégias de envenenamento.

A investigação começou a partir de mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. As mensagens indicavam reuniões na casa de Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice de Bolsonaro em 2022. O grupo teria considerado atacar Alexandre de Moraes em sua residência, enquanto a vulnerabilidade de saúde de Lula seria explorada em um possível envenenamento.

As prisões, autorizadas pelo STF, reforçam a gravidade do caso. Autoridades, como o ministro Luiz Roberto Barroso, destacaram que o episódio evidencia um desrespeito ao estado democrático de direito, marcando um momento inédito e alarmante na história recente do Brasil.

As investigações seguem em curso para identificar outros possíveis envolvidos.