Agentes seguiram GPS e acabaram entrando no Complexo de Israel, área controlada por traficantes; caso expõe desafios de segurança e reforça urgência de ações integradas contra o crime organizado no Rio
Por Cláudio Ulhoa
Na última semana, três policiais penais de Minas Gerais passaram por uma situação de risco enquanto realizavam a escolta de dois presos do estado de origem para o Rio de Janeiro. Ao confiarem no GPS, os agentes acabaram sendo direcionados para o Complexo de Israel, uma área da capital fluminense controlada por facções criminosas. Ao adentrarem na comunidade, os policiais foram recebidos a tiros por traficantes armados, ligados ao grupo criminoso local conhecido como Terceiro Comando Puro.
Durante a troca de tiros, dois dos três policiais foram baleados, mas, felizmente, sofreram apenas ferimentos superficiais. Eles foram encaminhados para um hospital da região e liberados logo após o atendimento. Os detentos escoltados não sofreram ferimentos.
Casos semelhantes têm se repetido no Rio de Janeiro, expondo a vulnerabilidade de agentes que operam em áreas onde o controle do estado é limitado. Em julho, integrantes da Força Nacional de Segurança também foram alvejados após entrarem por engano no mesmo complexo, sendo que um agente foi ferido de raspão na cabeça.
Esse episódio ressalta a urgência por medidas de segurança integradas e eficazes, especialmente com a aproximação do encontro do G20, que será sediado no Rio. Especialistas defendem ações coordenadas entre forças federais e estaduais para enfrentar o avanço do crime organizado, que tem consolidado sua presença em áreas dominadas e ameaça a segurança pública e a imagem do país no cenário internacional.