Ideia de lançar Damares no DF teria surgido da direção do Republicanos local; tal proposta tem sido rejeitada pelas igrejas evangélicas
Por Cláudio Ulhoa
Tem saído na imprensa local a possibilidade de Damares Alves, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, do governado de Jair Bolsonaro (PL), ser candidata ao Senado pelo Distrito Federal. Tal suposição mostra Damares como candidata dentro a chapa do governador Ibaneis Rocha (MDB), que disputará a reeleição.
Pelo que mostra a imprensa, a proposta de lançar Damares ao Senado pelo DF – ela já foi sondada também para ser candidata por São Paulo e Amapá – surgiu do Republicanos local. Por ter grande atuação no cenário evangélico, o partido, que representa Igreja Universal do Reino de Deus, irá apoiar a recandidatura de Ibaneis, mas quer ter nome próprio ao Senado.
De início, a especulação já encontra barreiras. A primeira delas é do próprio governador Ibaneis que, conforme mostra o portal Radar DF, se reuniu com Flávia Arruda para dar sua palavra a ela de que sua candidatura estará em sua chapa. Além disso, ficou acordado que Flávia passará a compor as comitivas do governo em eventos e demais atividades públicas para demonstrar o apoio do governador à sua candidatura.
O outro problema, e tão grave quanto o primeiro, parte dos próprios evangélicos que também não concordariam com a posição do Republicanos de lançar Damares como senadora pelo capital federal.
“Bolsonaro tem muito mais a ganhar no Distrito Federal com Flávia Arruda, que é do seu partido, o PL, do que com Damares Alves”, disse uma liderança evangélica, ligada ao Republicanos, ao portal Radar DF.
Por outro lado, a oposição pode lucrar com tal situação, isso porque numa possível candidatura dupla em apoio a Ibaneis, os votos seriam divididos, o que abriria chances aos partidos de esquerda e centro-esquerda, de fazerem um representante, caso eles firmem apoio a uma única candidatura.
Mesmo tendo forte atuação no âmbito evangélico, a candidatura de Damares ao Senado se apresenta como inviável logo no nascedouro pelo fato de que a ex-ministra seria praticamente desconhecida entre os eleitores do DF. Arriscar todas as fichas em sua candidatura seria imprudente e falta de tato político, além de ser um risco, e se há algo que os políticos não devem fazer neste pleito de 2022, é correr risco, pois o preço a pagar, numa possível derrota, pode não valer a pena.