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Pressão por cortes cresce com déficit público e ameaça estabilidade econômica

Especialistas alertam para necessidade urgente de reforma administrativa e pacote fiscal para controlar dívida e liberar investimentos

Por Cláudio Ulhoa

O Brasil enfrenta uma crescente pressão para reduzir seus gastos públicos diante dos recentes déficits divulgados pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional. Segundo o Banco Central, o governo central apresentou em setembro um déficit de R$ 4 bilhões, reforçando a deterioração das contas públicas. Embora a dívida pública tenha registrado um pequeno recuo, passando de 78,5% para 78,3% do PIB, essa redução não foi consequência de cortes de gastos, mas do crescimento econômico, que impacta a relação dívida/PIB.

Especialistas destacam a urgência de um pacote fiscal que enfrente os gastos estruturais e estabilize a dívida pública. “Precisamos reduzir esse déficit para, pelo menos, estabilizar a dívida e abrir espaço para investimentos”, afirmou o economista Alan Ghani. Ele defende que o problema do endividamento não se restringe ao governo federal, mas também atinge as administrações estaduais e municipais, que carregam estruturas inchadas e pouco produtivas.

Para Ghani, uma reforma administrativa é essencial. Cargos sem função clara e excessos na máquina pública limitam a capacidade de investimentos em setores essenciais, deixando o país em um ciclo de endividamento crescente. Sem uma mudança estrutural, o Brasil continuará “vivendo para pagar dívidas e transferindo essa responsabilidade para as gerações futuras”, conclui o economista.

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