PSOL quer mais deputados em 2026 e reestrutura programa para enfrentar ‘crise do capitalismo’
O PSOL elegeu a Câmara como foco para as eleições de 2026 e vai priorizar pautas como a taxação dos super-ricos. A estratégia será desenhada nos próximos três meses, quando a sigla vai reestruturar seu programa partidário. A análise da presidente da sigla, Paula Coradi, é que a agenda política nacional não é a mesma de 2004, quando o partido foi fundado após uma cisão com o PT no primeiro governo Lula.
O PSOL iniciou as conferências estaduais e fará o encontro nacional em setembro. A presidente da legenda afirmou à Coluna do Estadão/Broadcast que o PSOL deve fazer uma “alteração programática” nos temas econômicos. De acordo com Coradi, o partido deve focar na taxação dos super-ricos e as reformas urbana e agrária, além da agenda ambiental.
Passados 20 anos da fundação do PSOL, Coradi avaliou que é preciso buscar apoios para “enfrentar a extrema direita” diante do que ela chama de “crise do capitalismo”. “Nós entendemos que é importante disputar as nossas ideias”, afirmou.
As reuniões do partido devem consolidar outras pautas internas, como o feminismo e o antirracismo. Aproveitando o impacto positivo da proposta de emenda à Constituição (PEC) que busca reduzir a escala 6×1 de trabalho, a sigla deve abraçar temas semelhantes.

PSOL Foto: PSOL
Foco na eleição para a Câmara
Segundo Paula Coradi, o foco do PSOL no ano que vem será a eleição para a Câmara dos Deputados, com o lançamento de nomes competitivos capazes de aumentar a bancada da sigla que, atualmente, é de 13 deputados. Disputas majoritárias para governos estaduais e o Senado devem ficar em segundo plano.
Por causa da ambição do PSOL pela eleição para a Câmara, a sigla quer que o deputado federal Guilherme Boulos (SP), que é um puxador de votos em São Paulo, se candidate no ano que vem.
Contudo, há negociações para que Boulos assuma a Secretaria-Geral da Presidência e fique no posto até o fim do governo, o que implicaria abrir mão da reeleição.
Uma alternativa para conseguir votos deve ser a deputada federal Erika Hilton (SP). Além de encabeçar a PEC da escala 6×1, ela ganhou notoriedade ao confrontar o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em vídeos publicados nas redes sociais em temas ásperos ao governo Lula. Segundo Coradi, a parlamentar se destaca por conseguir “furar a bolha” de eleitores do PSOL.
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