PT se desespera com a possível aprovação da anistia e tenta barrar medida no Senado
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Partido que já defendeu anistia para seus militantes agora adota discurso seletivo; Flávio Dino e STF levantam suspeitas sobre transparência do processo
Por Cláudio Ulhoa
A iminente aprovação da anistia tem causado desespero no PT e em seus aliados, que tentam barrar a medida no Senado, último obstáculo antes da sanção. Curiosamente, o partido, que historicamente defendeu a anistia para seus próprios militantes, agora se posiciona contra, enquanto figuras como Gleisi Hoffmann e Caetano Veloso fazem coro contra a proposta.
O debate sobre a anistia escancara a seletividade da Justiça. Enquanto vândalos de manifestações da esquerda, que depredaram prédios públicos no passado, sequer foram investigados, manifestantes presos após o 8 de Janeiro enfrentam condenações sem individualização de condutas. O cenário reforça a suspeita de que agentes provocadores possam ter incitado atos violentos para justificar a repressão.
Além do impacto jurídico, a questão tem peso eleitoral. Com eleições em 2026, partidos conservadores precisam agradar suas bases, o que pode influenciar o resultado no Senado. O governo, por sua vez, já enfrenta reveses, como a possível ascensão de Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores.
Flávio Dino, ex-ministro da Justiça e agora juiz do STF, é peça-chave nesse jogo. Durante sua gestão, imagens cruciais do 8 de Janeiro desapareceram, e seu envolvimento direto no caso gera suspeitas. O afastamento injustificado de Ibaneis Rocha e a destruição de urnas eletrônicas antigas apenas alimentam dúvidas sobre a transparência do processo.
O que está em jogo não é apenas a anistia, mas a manutenção do equilíbrio democrático e da coerência jurídica no país.
Foto: CARLA CARNIEL