Onélia Santana, esposa de Camilo Santana, foi nomeada para o TCE do Ceará com salário de R$ 40 mil; prática, embora legal, escancara nepotismo e beneficia elite política

Por Cláudio Ulhoa

A nomeação de Onélia Santana, esposa de Camilo Santana, ministro da Educação no governo Lula, para o Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), reacendeu o debate sobre o uso do poder público para beneficiar familiares de políticos. Com um salário de quase R$ 40 mil mensais e aposentadoria compulsória aos 75 anos, o cargo vitalício é um exemplo claro do desrespeito à moralidade e impessoalidade, princípios previstos na Constituição Federal.

Embora a prática seja legal graças a brechas na legislação, ela é considerada imoral por críticos. “É um escárnio com a população brasileira. Estamos sendo feitos de idiotas enquanto o poder público é usado para interesses pessoais”, afirmou um analista político. A nomeação também levanta dúvidas sobre a qualificação de Onélia para o cargo. “Será que, sendo pedagoga, ela tem o notório saber exigido em áreas como contabilidade e administração pública?”, questionou outro especialista.

Camilo Santana é o quinto ministro do governo Lula a garantir uma posição de destaque para sua esposa. Renan Filho, Wellington Dias, Rui Costa e Waldez Góes já fizeram o mesmo, criando uma prática que, embora comum, é profundamente condenável. “Transformaram o Estado em um feudo particular. Basta ser esposa de ministro para ganhar um cargo de prestígio e dinheiro público de forma vitalícia”, criticou um comentarista.

A população brasileira assiste indignada ao uso do poder político para perpetuar privilégios. Em um país onde milhões vivem em condições precárias, tais atos reforçam a percepção de que a elite política continua a usar o Estado como um instrumento de benefício próprio, ignorando a ética e o interesse público.