Reforma do estatuto do Corinthians vai a voto em cenário de confronto interno

Publicado em: 24/11/2025 13:08

(UOL/FOLHAPRESS) – Um documento escancarou o clima de tensão nos bastidores do Parque São Jorge três dias antes da votação do anteprojeto de reforma do estatuto do Corinthians no Conselho Deliberativo, marcada para a noite desta segunda-feira (24).

Em ofício, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, acusou o Conselho de Orientação (CORI) de extrapolar suas atribuições regimentais ao tentar interferir indevidamente na tramitação da proposta ao emitir juízos de natureza política sobre o conteúdo da reforma.

OFÍCIO TRANSFORMA DIVERGÊNCIA TÉCNICA EM CONFLITO INSTITUCIONAL

O documento, enviado ao CORI como “manifestação complementar” sobre as atas das reuniões do órgão e da Comissão de Análise da Reforma Estatutária, sustenta que ao CORI cabe apenas a função de orientação técnica, sem poder para revisar mérito, filtrar propostas, censurar ideias ou recomendar a interrupção da tramitação.

Segundo o texto, ao questionar pontos estruturais da reforma e pedir que o processo fosse barrado, o CORI teria extrapolado sua competência e invadido atribuição exclusiva do plenário do Conselho Deliberativo, responsável pelo juízo político sobre as mudanças estatutárias.

Tuma reforça que a tentativa de influenciar ou impedir a votação configura ingerência indevida, classificando as manifestações do CORI como avaliações políticas, e não técnicas, o que, segundo ele, fere a lógica institucional prevista no atual Estatuto.

REBATIMENTO DAS CRÍTICAS JURÍDICAS

O ofício apresenta uma tabela detalhada que confronta as objeções jurídicas feitas pelo CORI, apontando que diversas correções já haviam sido sugeridas pela própria Comissão de Reforma do Estatuto ou foram acolhidas após reanálise.

Entre os pontos destacados estão:

Reconhecimento de que não existe “perda automática de cargo eletivo”, sendo necessária apuração com ampla defesa e contraditório;

Admissão de ajustes na eleição dos membros do CORI;

Inclusão da possibilidade de convocação de Assembleia Geral por 1/5 dos associados, conforme o Código Civil;

Correções de redação e técnica legislativa em dispositivos considerados inconsistentes.

O documento sustenta que, no campo jurídico, o debate foi conduzido com rigor técnico, absorvendo contribuições pertinentes e afastando críticas consideradas improcedentes ou politicamente motivadas.

GOVERNANÇA OU CONCENTRAÇÃO DE PODER

Um dos pontos mais sensíveis envolve a criação de novos cargos e a ampliação da estrutura administrativa, como vice-presidências estatutárias, diretores executivos, CEO, compliance e a figura do “prefeito” do clube.

O CORI argumenta que essa estrutura poderia inviabilizar a profissionalização e gerar sobreposição de funções.

O ofício, contudo, rebate essa tese e sustenta que se trata da formalização de funções já existentes na prática, agora organizadas de maneira transparente.
Tuma também contesta a alegação de que a Lei 9.532/97 impediria a remuneração desses dirigentes, explicando que os limites legais permitem o pagamento dentro dos tetos estipulados, o que, segundo ele, não inviabiliza a profissionalização nem compromete a legalidade do modelo.

VOTO DO TORCEDOR: AVANÇO SIMBÓLICO SOB DEBATE

Embora o tema do torcedor-eleitor apareça no contexto da reforma, o documento afirma que as propostas apresentadas pelo CORI não oferecem soluções concretas para ampliar a participação e classifica as críticas como avaliações políticas.

A discussão sobre o voto do sócio-torcedor segue como um dos eixos mais sensíveis do processo, justamente por envolver o discurso de democratização do clube e a ampliação do colégio eleitoral -ponto que divide correntes internas.

O QUE ESTÁ EM JOGO NA VOTAÇÃO DESTA NOITE?

A votação no Conselho Deliberativo definirá se o anteprojeto segue para Assembleia Geral dos associados, se haverá adiamento ou reconfiguração do texto.

Entre os cenários possíveis estão:

Aprovação com ajustes pontuais;

Rejeição parcial de dispositivos mais sensíveis;

Intensificação do embate político com possível judicialização futura.

Para Tuma, a reforma é central para a modernização do clube e fortalecimento da governança.

Já setores críticos argumentam que o processo carece de maior debate, transparência e tempo de maturação.

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Folhapress | 10:15 – 24/11/2025

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