Em nota, a parlamentar justifica sua saída ao dizer que no novo partido ela poderá “desempenhar uma atividade mais eficaz e organizada no Senado”; nos bastidores, existe a informação de que ela deve vir como candidata ao GDF pelo novo partido
Por Cláudio Ulhoa
Não é de hoje que a saída de senadora Leila do Vôlei (Leila Barros) do Partido Socialista Brasileiro (PSB) vem sendo anunciada à boca miúda. Mas nesta quarta-feira (4/8), a assessoria de imprensa da senadora divulgou uma nota em que relatava a saída da parlamentar do PSB para ingressar no Cidadania. A nota faz um breve agradecimento e justifica a saída de Leila como uma forma que ela encontrou para poder “desempenhar” sua atividade parlamentar de maneira “mais eficaz e organizada”.
Ainda segundo a nota, esse nova forma de trabalhar seria acompanhada por outros dois senadores do Cidadania; a senadora Eliziane Gama (MA) e Senador Alessandro (SE). Como já dito, a notícia já era esperada, mas, conforme divulgação feita pela imprensa local, a defecção da senadora causou mágoas nas principais lideranças do partido, entre elas, o ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg, que teria se sentido “traído” pela com a postura política de Leila.
Na nota divulgada à imprensa, Leila agradece ao PSB e afirma sua gratidão ao partido, além de ressaltar que está ciente de sentimentos que essa deserção pode causar aos agora antigos correligionários. “Leila agradece a acolhida dada pelo PSB, tanto ao nível nacional quanto distrital, e ressalta que mal-entendidos e possíveis mágoas diante da sua decisão não a impedirão de continuar ao lado dos colegas da legenda nas lutas comuns.”
Os “mal-entendidos” e as “mágoas” que a senadora menciona tem seu lastro real. Conforme divulgado pelo Portal Radar/DF, dias antes da senadora deixar a legenda, o PSB nacional já estava às turras com a parlamentar na Justiça.
Segundo matéria divulgada pelo portal Radar/DF, o PSB ajuizou, no último dia 27 de julho, uma ação monitória contra a parlamentar para cobrar uma suposta dívida de R$ 102.481,75, decorrente do não recolhimento da contribuição financeira mensal devida por filiados do PSB com mandato eletivo, prevista no Estatuto partidário. A ação tramita na 22ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Além disso, o partido também teria informado que pretende pedir na Justiça o mandato da senadora, alegando que custeou, com fundo eleitoral, toda a campanha da ex-atleta olímpica. Por fim, o PSB avalia a possibilidade de aprovar uma resolução proibindo o PSB-DF de fechar coligação com o partido de Leila, caso ela seja candidata a governadora.
O capital político da senadora, por ser uma já ser uma pessoa conhecida no mundo dos esportes, foi decisivo para que ela se alçasse a senadora, mas, além disso, o PSB investiu R$ 3 milhões em sua campanha, mais do que teria sido investido na campanha de Rollemberg (R$ 2,8 milhões).
Agora, Leila adentra as fileiras do Cidadania comandado por Roberto Freire. A legenda utiliza da prática do “centralismo democrático”, ou seja, Freire decide. Portanto, será ele quem decidirá se Leila será ou não a candidata do Cidadania ao GDF em 2022.
*Cláudio Ulhoa – Jornalista, membro ABBP