Pastor, que já foi apoiador de Lula, agora critica Bolsonaro e amplia divisões dentro do movimento conservador em um momento crítico

Por Cláudio Ulhoa

O pastor Silas Malafaia, conhecido por sua postura polêmica, voltou a causar tumulto no cenário político ao criticar duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem sempre defendeu de forma fervorosa. O motivo? A falta de um posicionamento firme de Bolsonaro nas eleições municipais de São Paulo. Para Malafaia, o ex-presidente foi “covarde” e “omisso”, desferindo ataques que fragilizam ainda mais a já dividida base conservadora.

O que muitos esquecem, porém, é que o próprio Malafaia já esteve do outro lado. Em 2002, o pastor elogiou abertamente o ex-presidente Lula, chamando-o de “abençoado por Deus”. Agora, como apoiador de Bolsonaro, Malafaia parece usar o mesmo oportunismo de outrora para criticar seu atual aliado, em um momento crucial para a direita. O apoio a Pablo Marçal, um rival pessoal de Malafaia, foi o estopim para que ele destilasse sua insatisfação publicamente.

Com essas atitudes, o pastor não apenas reforça uma imagem de inconstância, mas também atrapalha a reorganização política da direita. Em vez de contribuir para a unidade, Malafaia joga combustível nas divisões internas, que beneficiam apenas a oposição. A crítica feita ao ex-presidente não fortalece o debate democrático, mas evidencia um comportamento destrutivo que só prejudica o movimento conservador.

Talvez seja hora de Malafaia voltar a focar em seu papel religioso e parar de atrapalhar a política com suas interferências oportunistas.