Trump fala em ‘excelente química’ com Lula em encontro na ONU; os dois vão se reunir
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump tiveram um breve encontro nesta terça-feira (23), entre os discursos de ambos na Assembleia-Geral das Nações Unidas, e combinaram de realizar uma reunião na próxima semana. Os detalhes ainda não foram divulgados.
A aproximação ocorre em pleno tarifaço do republicano contra o Brasil e em meio a um novo pacote de sanções americanas.
Trump estava na sala reservada da ONU e acompanhou todo o discurso de Lula, recheado de críticas a ações dos Estados Unidos. O petista entrou na sala ao deixar o púlpito. Trump tomou a iniciativa de falar com ele, porque já estava no local quando o presidente chegou, segundo integrantes do governo.
Trump disse que eles precisavam conversar. Lula afirmou estar aberto a fazer conversas, que sempre esteve. O americano então sugeriu que poderia ser na próxima semana a reunião, ao que Lula confirmou. O chefe do cerimonial, Fernando Igreja, fez a tradução na hora.
Trump anunciou publicamente o encontro no fim de seu discurso no evento. O republicano disse que houve “excelente química” e que os dois vão se encontrar na próxima semana.
“Eu só faço negócios com pessoas que eu gosto. E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 30 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal”, disse o americano, que discursou após o petista.
A Presidência confirmou o encontro entre Lula e Trump e o agendamento da reunião entre os dois para a próxima semana, sem dar mais detalhes.
Lula fez fala recheada de recados a ações dos Estados Unidos, da aplicação de sanções a ações militares no Caribe.
Esta foi a primeira vez que Lula ficou no mesmo ambiente que Trump desde que o americano aplicou sanções ao Brasil, a partir do final de maio.
Em abril, os dois foram à missa do funeral do papa Francisco, mas Lula afirmou nem ter visto Trump na ocasião. Depois, em meados de maio, havia expectativa de que eles pudessem se esbarrar na cúpula do G7, em meados de maio, no Canadá. Mas isso não ocorreu porque Trump antecipou sua volta aos EUA.
No início da manhã, Lula fez o discurso de abertura no segmento de alto nível da Assembleia-Geral da ONU. Trump falou em seguida.
O encontro entre Lula e Trump, embora tenha sido um rápido encontro, não estava na agenda de nenhum dos dois mandatários. Ela ocorre num momento de distanciamento inédito entre Brasil e EUA por causa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) -um aliado de Trump.
O republicano classificou o processo contra Bolsonaro de caça às bruxas e, com base nisso, aplicou uma série de medidas punitivas contra o país. Entre elas, a cassação de vistos de autoridades, a imposição de sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros.
Na mais recente escalada, Trump incluiu a esposa de Moraes, Viviane Barci, em punições financeiras com base na Lei Magnitsky, e suspendeu os vistos de uma nova leva de autoridades brasileiras, entre elas o do ministro Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).
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