Universidades federais fora do Sisu mesclam Enem com critérios próprios; conheça

Publicado em: 20/07/2025 17:50


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desde sua criação, em 2010, o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) se tornou a principal porta de entrada para universidades federais no Brasil. Pelo sistema, estudantes usam a nota do Enem para concorrer a vagas nessas instituições, sem precisar prestar vestibulares tradicionais. Com o tempo, a adesão cresceu.

Segundo o MEC (Ministério da Educação), a participação no Sisu não é obrigatória. Cabe a cada universidade ou instituto federal decidir se vai aderir ao sistema e definir quais cursos e quantas vagas serão ofertadas.

Hoje, há federais que optam por não participar do Sisu, mesmo que muitas utilizem o Enem como parte da seleção. Algumas organizam processos seletivos próprios, com critérios regionais ou outras regras específicas.

Entre os motivos estão a busca por maior autonomia, intenção de beneficiar candidatos locais e a tentativa de preencher vagas remanescentes com mais flexibilidade. Também há críticas logísticas ao sistema, como prazos apertados e dificuldade de alinhamento com calendários acadêmicos.

É comum que algumas universidades deixem de participar do Sisu em determinados anos e, depois, retomem a adesão em edições futuras.

Veja abaixo quais universidades estão fora do Sisu e como funcionam seus processos seletivos:

UnB (Universidade de Brasília)

Desde 2020, a UnB não adota mais o Sisu nem o sistema interno chamado SisUnB, que permitia a reopção de curso após a divulgação das notas. A seleção com base no Enem continua existindo, mas os candidatos devem se inscrever diretamente em editais da universidade, que utiliza a nota da prova como critério classificatório.

Na época, segundo a instituição, a mudança ocorreu por incompatibilidades de calendário e pela alta taxa de evasão entre os ingressantes via Sisu –até 20% maior do que entre os aprovados pelo vestibular tradicional ou pelo PAS (Programa de Avaliação Seriada), de acordo com a universidade.

UNIFAP (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ)

A Unifap não aderiu ao Sisu em 2024 e manteve processo seletivo próprio em 2025. A seleção é feita com base nas notas do Enem, por meio do PS Unifap. Neste ano, foram ofertadas 1.575 vagas em 35 cursos, com aceitação das notas do Enem de 2023 ou 2024. A universidade também realiza processos específicos para públicos como indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, migrantes e pessoas trans.

UNIR (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA)

A Unir realiza um processo seletivo independente, fora do Sisu. Em 2025, ofertou mais de 2.000 vagas em 60 cursos, com uso das notas do Enem de 2022 a 2024. Também publica editais voltados a populações indígenas e para o preenchimento de vagas remanescentes.

UFOPA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ)

A Ufopa adota o PSR (Processo Seletivo Regular), que utiliza notas do Enem de 2021 a 2024. Em 2025, foram ofertadas 1.520 vagas na primeira edição e 313 na segunda, incluindo o novo curso de medicina. A universidade também realiza seleções específicas para estudantes indígenas, quilombolas e de comunidades do interior do Pará.

UFPA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Fora do Sisu desde 2019, a UFPA manteve processo próprio em 2025, com 7.468 vagas distribuídas em 182 cursos. O processo utiliza exclusivamente o Enem 2024 e concede bônus regional de 10% para candidatos da região Norte. Há provas específicas para cursos como música e artes, além de editais voltados a populações tradicionais e do campo.


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