Justiça cega para corruptos, mas implacável com quem ousou enfrentar o sistema

Por Cláudio Ulhoa

Nesta sexta-feira, 18 de julho, o Brasil assistiu a mais um capítulo lamentável da perseguição política disfarçada de justiça: o ex-presidente Jair Bolsonaro, que saiu de casa pela manhã para colocar uma tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A cena, transmitida e comentada em tom de espetáculo, é um retrato da inversão de valores que tomou conta das instituições brasileiras.

Acusado de envolvimento em uma suposta “trama golpista”, Bolsonaro sofre medidas restritivas severas: uso obrigatório de tornozeleira, recolhimento noturno, proibição de redes sociais e até mesmo de contato com seu próprio filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. Tudo isso sem julgamento, sem condenação, mas com uma sentença midiática já decretada por parte da imprensa e de setores do Judiciário.

Enquanto isso, o homem que foi condenado em três instâncias, teve suas penas confirmadas por juízes diferentes e foi preso por corrupção, o ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva não apenas está solto, mas ocupa a cadeira de presidente da República. Ironia ou tragédia? Nenhuma tornozeleira foi colocada no “maior ladrão da história do Brasil”, como ficou conhecido em escândalos bilionários envolvendo a Petrobras, Odebrecht, e tantos outros.

O que vemos não é justiça, mas vingança política seletiva. E quando a balança da justiça se desequilibra, a democracia sangra.

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