Projeções de Inflação para 2024 e 2025 Elevam Preocupações entre Analistas Financeiros e Especialistas em Economia
Por Cláudio Ulhoa
Economistas e analistas financeiros estão emitindo alertas sobre o aumento das projeções de inflação para os anos de 2024 e 2025. Segundo o relatório Focus divulgado pelo Banco Central, as estimativas foram elevadas, refletindo um cenário de desaceleração da inflação corrente e um aumento nos preços de serviços, particularmente evidenciado em janeiro deste ano.
Hory Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, explicou que essa piora nas projeções está relacionada à resiliência dos preços de serviços, que voltaram a subir, desafiando a tendência anterior de desinflação. Ele ressaltou a importância de tal movimento para o Banco Central, que tem o compromisso de levar a inflação para a meta estabelecida, que é de 3% para os anos de 2024, 2025 e 2026.
Uma das estratégias para conter essa tendência de aumento da inflação é a redução da taxa Selic. No entanto, Sanchez alerta que há uma defasagem de tempo entre as mudanças na taxa de juros e seu impacto na economia. Embora haja expectativas de novos cortes na taxa básica de juros, o economista sugere cautela, especialmente diante das projeções pessimistas para o horizonte mais distante.
O aumento da inflação não está limitado a segmentos específicos, mas é impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido, com baixas taxas de desemprego e salários em alta. Isso resulta em uma maior demanda por serviços, aumentando os preços e colocando pressão sobre as expectativas de inflação para os próximos anos.
Além disso, há preocupações em relação ao equilíbrio fiscal. O governo é instado a reduzir gastos públicos e buscar um superávit para evitar financiar déficits por meio de inflação. A falta de credibilidade na política fiscal pode levar os agentes econômicos a projetar um aumento nos gastos governamentais, o que contribui para a desancoragem das expectativas inflacionárias.
Diante desse cenário, economistas enfatizam a importância de políticas econômicas prudentes e coordenadas para conter o aumento da inflação e manter a estabilidade econômica a longo prazo.