Decisão de realizar depoimento fechado é aprovada na Câmara Legislativa do DF após pedido do presidente da CPI
Por Cláudio Ulhoa
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos aprovou, nesta quinta-feira (9), um pedido do deputado distrital Chico Vigilante (PT) para que o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Anderson Torres, deponha em reunião fechada. A decisão foi assinada pelos cinco membros da CPI e o depoimento de Torres, marcado inicialmente para a mesma data, foi autorizado a ser adiado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu ao ex-secretário o direito de permanecer em silêncio. Com a defesa do acusado pedindo que o depoimento fosse feito de maneira fechada, para evitar a exposição na mídia, a reunião reservada está marcada para o dia 16 de março, apenas com a presença dos membros da CPI.
Apesar de Torres ter o direito de não querer se expor, o deputado Chico Vigilante destacou a importância da comissão ouvi-lo. Segundo ele, Torres afirmou ter muito a falar e querer falar, e por isso, foi apresentado um requerimento com todas as condições para que ele compareça sem exposição na mídia. O deputado Fábio Felix (PSOL) votou a favor do pedido, mas ressaltou que depoimentos fechados não podem se tornar rotina nas CPIs, pois são assuntos de interesse da sociedade.
Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro sob suspeita de omissão durante os atos golpistas em Brasília, em 8 de janeiro. O ex-secretário, que também foi ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro, nega as acusações. Na mesma sessão da Câmara Legislativa, foram aprovadas outras convocações, como a da coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Cintia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF.
