Hugo Motta se posiciona contra o sistema e acende alerta no governo e no STF
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Deputado critica endurecimento das condenações, defende autonomia do Congresso e gera incômodo entre aliados de Lula e ministros do Supremo
Por Cláudio Ulhoa
O deputado Hugo Motta, candidato à presidência da Câmara dos Deputados, tem chamado atenção por suas recentes declarações que destoam da linha adotada pelo governo Lula. Em entrevistas, Motta manifestou apoio a pautas como a anistia aos presos do 8 de janeiro, a revisão da Lei da Ficha Limpa e a PEC do semipresidencialismo. Essas sinalizações geraram forte reação de aliados do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes.
A estratégia do parlamentar parece clara: firmar-se como um líder independente e ganhar força entre setores que criticam a postura do governo. Ao apontar o excesso das penas aplicadas aos manifestantes de 8 de janeiro e defender maior autonomia do Congresso, Motta desafia diretamente a narrativa oficial, colocando-se como contraponto à influência do STF na política.
A tensão aumentou quando o deputado ligou diretamente para Moraes para esclarecer suas declarações. O ministro, por sua vez, manteve a posição de que todos os condenados vandalizaram prédios públicos. O embate entre Legislativo e Judiciário ganha novos contornos, revelando um jogo político complexo e de alto risco.
Se Hugo Motta conseguirá manter sua postura ou cederá à pressão do sistema, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: sua movimentação já causa incômodo nos bastidores do poder.