Crise energética provocada por fortes chuvas acirra disputas entre os candidatos à prefeitura, com críticas sobre gestão da ENEL e ações para evitar novos apagões na cidade

Por Cláudio Ulhoa

O debate entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à prefeitura de São Paulo, foi marcado por trocas de acusações em torno da crise energética na cidade. O evento, promovido pelo Grupo Bandeirantes, ocorreu após os recentes apagões causados pelas fortes chuvas que atingiram o estado.

Nunes criticou a falta de ação de Boulos como deputado federal, afirmando que ele não tomou medidas efetivas para pressionar o governo federal e a ANEEL a respeito da concessão da ENEL, empresa responsável pela distribuição de energia. Segundo o atual prefeito, ele próprio foi a Brasília buscar mudanças na legislação para que a prefeitura tenha mais autonomia sobre contratos de fornecimento. “O projeto que levei ao presidente da Câmara, Arthur Lira, poderia ter sido iniciativa de Boulos, que tem mandato e deveria estar ajudando os paulistanos”, disparou Nunes.

Boulos, por sua vez, deve aproveitar o embate para criticar a gestão de Nunes quanto à poda de árvores, um fator que, segundo especialistas, agravou os danos nas redes elétricas. Nunes argumentou que a poda depende da autorização da ENEL, enquanto o adversário defende que o prefeito poderia ter sido mais proativo na solução desse problema.

Além das acusações, o debate evidenciou a insatisfação dos paulistanos com a falta de resposta rápida e eficaz das autoridades sobre os transtornos causados pelos apagões. A expectativa agora é que ambos os candidatos apresentem soluções claras para evitar que a cidade enfrente novos episódios de descaso com a infraestrutura.