Procuradores que processaram Trump são demitidos nos EUA
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Decisão do governo americano reforça polêmica sobre o uso do poder presidencial enquanto casos envolvendo documentos sigilosos e eleições de 2020 seguem em destaque
Por Cláudio Ulhoa
Pelo menos 12 procuradores que atuaram em casos contra o ex-presidente Donald Trump foram demitidos pelo novo governo americano, segundo informações confirmadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O procurador-geral interino, James McHenry, alegou que os demitidos não eram confiáveis para implementar a agenda do atual governo.
Entre os casos investigados, destacam-se as acusações de que Trump teria levado documentos sigilosos da Casa Branca para sua residência na Flórida e a tentativa de interferir no resultado das eleições de 2020 no estado da Geórgia. Ambos os casos foram conduzidos pelo ex-procurador Jack Smith, que se demitiu pouco antes de Trump assumir o cargo.
Nos EUA, é comum que acusações criminais contra presidentes em exercício sejam arquivadas para preservar a estabilidade democrática. No entanto, especialistas afirmam que, se os processos tivessem avançado, Trump poderia ter sido condenado.
A demissão dos procuradores, apesar de legal, gerou polêmica. Durante sua campanha, Trump se declarou vítima de perseguição judicial e prometeu retaliar quem buscasse derrubá-lo por meios legais. A decisão reforça a narrativa de “lawfare” usada pelo ex-presidente para justificar as investigações contra ele.
Embora não haja ilegalidade, a medida levanta questões sobre os limites éticos do uso do poder presidencial. As implicações políticas e jurídicas das demissões ainda são incertas, mas o clima de tensão no cenário americano se intensifica.